quarta-feira, 25 de abril de 2012

Saúde começa pelos dentes!





Você sabia que porquinhos-da-índia tem 20 dentes? Sim, atrás dos 4 incisivos que eles tem na frente, dois em cima e dois em baixo, eles tem mais 16 dentes no fundo: 4 pré-molares mais 12 molares. 
Com os dentes incisivos, o porquinho-da-índia agarra e rasga o alimento, cabendo aos molares tritura-lo.  Estes dentes são bem diferentes dos nossos, sendo que a principal diferença é que os dentes do porquinho crescem durante toda a vida. 

Isto é uma adaptação ao tipo de alimentação. Na natureza, eles se alimentam da vegetação disponível, com isto, eles tem que comer grandes volumes de alimento para satisfazer suas necessidades de calorias, consequentemente, o atrito entre os dentes e a abrasividade dos alimentos levam a um desgaste acentuado, que é compensado pelo crescimento contínuo dos dentes. Portanto, na natureza, existe um equilíbrio perfeito entre crescimento e desgaste dos dentes e assim a saúde bucal é mantida. 

No ambiente doméstico, principalmente nos grandes centros urbanos, dificilmente consegue-se reproduzir uma alimentação parecida com a natural e isto pode afetar a saúde oral deles. O fornecimento de ração, frutas e outras guloseimas é muito calórico e não exige que eles triturem grandes volumes de alimento, levando a um desgaste menor dos dentes. Como os dentes estão sempre crescendo e se desgastam menos, eles começam a ficar grandes. 

O estudo da mastigação deles mostra que quando comem ração o movimento de mastigação muda provocando um desgaste desigual dos dentes, favorecendo a formação de pontas dentárias que machucam a bochecha ou a língua, causando dor, fazendo com que o porquinho pare de comer. A partir daí uma série de alterações podem ocorrer.

Dentre as alterações, destaca-se o desalinhamento dos dentes que também leva ao seu desgaste irregular com formação de pontas, além disso, esse desalinhamento leva ao acúmulo de alimento entre os dentes, facilitando o desenvolvimento de inflamações na gengiva, cáries, infecções e posterior formação de abscessos.

Se você quer cuidar bem da saúde de seu porquinho, além de cuidados veterinários, ofereça a ele a alimentação o mais próxima possível  da natural, com feno e capins a vontade. Ofereça vários tipos e veja de qual ou quais ele gosta mais. Não deixe ração à vontade, ofereça pequenas porções, duas vezes ao dia por exemplo, de modo que ele possa se interessar por outros tipos de alimento, como os capins e fenos, cuja mastigação é mais trabalhosa, porem, mais abrasiva. Leve esta sua preocupação ao seu médico veterinário e juntos cheguem a uma alimentação que seja a mais próxima do ideal para os porquinhos.

Se você notar diminuição da alimentação, seletividade na alimetação, perda de peso, salivação, alteração de comportamento, alteração na quantidade, volume e consistência das fezes, estes podem ser sinais de problemas odontológicos e um médico veterinário especializado na área deverá ser consultado.

Fique atento! Problemas de má oclusão em porquinhos-da-índia também podem ser um indicativo de cardiopatia (doenças do coração).

Outro problema que pode ocorrer  é a quebra acidental dos incisivos. Ele pode quebrar um ou todos os dentes incisivos. É preciso saber se a quebra é regular ou irregular. Se for irregular, procure o dentista veterinário. Se a fratura foi regular, ou seja, os dentes quebraram por igual, nenhum ficou maior que o outro, observe se ele consegue se alimentar sozinho. Se ele tiver muita dificuldade você deverá auxilia-lo picando os alimentos em pedaços menores.  Observe se ele consegue usar a garrafa de água (se ele usar) e se perceber a dificuldade, use uma seringa para dar água a ele.

A vitamina C contribui para o crescimento sadio e o fortalecimento dos dentes, além de fortalecer o organismo do porquinho para lutar contra doenças!



Aspecto normal dos dentes posteriores de um porquinho-da-Índia. Notar que existe uma angulação natural dos dentes (cerca de 30 graus). Os dentes são baixinhos, ficando quase da altura da gengiva, são todos do mesmo tamanho e alinhados.Dentes incisivos de um porquinho que se encontram desalinhados e alongados (falta de desgaste). Em geral, tal alteração é reflexo de alteração nos dentes posteriores que devem ser tratados.
Dentes posteriores do porquinho bastante alongados a ponto dos dentes inferiores cruzarem sobre a lingua impedindo a alimentação. Dentes devem ser desgastados e nivelados, devolvendo a angulação natural de cerca de 30 graus.






Este artigo foi adaptado de Centro Odontológico Veterinário, Odontovet
Dentes posteriores após desgaste dos dentes e ajuste da oclusão para que os dentes fiquem todos do mesmo tamanho e com a angulação natural.




sábado, 14 de abril de 2012

A história de Nana

Este artigo é dedicado ao Kazyo, a Isaa e Nana, os quais gentilmente cederam as imagens.

Esta história poderia ter acontecido com todos nós e se repetirá por falta de uma política mais severa de administração e fiscalização de criatórios e lojas de animais, pois os maus tratos não se iniciam com o guardião irresponsável, mas com o comerciante inescrupuloso...

Ellen sempre quis um porquinho-da-índia. O empurrão para ter um veio após uma visita a uma lojinha de animais. Ali, bem na frente da loja, estava uma gaiola minúscula. Na gaiola havia coelhos e porquinhos da índia todos juntos, apertados, estressados. Ellen olhou bem e viu aquele animalzinho menor. Um fofo. Amor a primeira vista. Indignada com a precariedade das instalações e com o tratamento dispensado pelo lojista àqueles animais, num rompante, acabou comprando dois daqueles porquinhos.
Tratou de pesquisar sobre os cuidados necessários para a criação de porquinhos-da-índia.  Para sua surpresa, descobriu que os dois porquinhos que trouxera para casa tinham sexos diferentes.  Assim, decidiu presentear o namorado com a fêmea, Nana, e ficar com o macho, o Bola-de-Neve.
 Vítor ficou intrigado com o comportamento estranho de Nana: ela lhe rangia os dentes e se retraía e se arqueava numa posição pouco comum para porquinhos assim que ele fazia cafuné em sua barriga:

Também era quieta em comparação com o Bola-de-Neve, e mais barrigudinha... já começou a suspeitar que Nana já viera emprenhada da loja de animais! A princípio ficou animado, pois o bebê, se fosse fêmea, faria companhia à Nana e se fosse macho, ao Bola-de-Neve.
Na manhã do quinto dia da chegada de Nana, Vítor encontra no cercado manchas de sangue e uma pequena bolinha de carne:





 Mesmo não querendo acreditar, constatou que Nana havia tido um aborto!
Nana teve sorte e o imenso carinho de Vítor e Ellen, que acompanharam e deram todo o apoio para a sua recuperação. Após o aborto, Nana passou a comer e a beber mais, ficando mais ativa.  Mas poderia ter ocorrido o pior em consequência da gestação precoce e desassistida de Nana!  Assim que Vítor desconfiou, já era tarde!
Se você achou a imagem forte, NÃO REPRODUZA SEUS PORQUINHOS-DA-ÍNDIA!
Não deixe machos e fêmeas juntos nem por um instante, pois a monta leva segundos! Porquinhos-da-índia são muito eficientes na monta, são bem adaptados para isso! 
Não compre porquinhos-da-índia,  adote-os. Se não conseguir adotar, evite comprá-los em  locais onde machos e fêmeas estejam juntos, misturados com outros animais, alojados em gaiolas ou cercados sujos e apertados! Peça para o vendedor identificar o sexo do porquinho para você! Se ele não souber, desista da compra!
Não compre nem adote dois porquinhos de sexos diferentes se pretende que vivam juntos! A melhor companhia para um porquinho-da-índia é um outro do mesmo sexo! 
Efetue sempre a sexagem, identificação do sexo do animal, antes de comprá-lo, adota-lo ou colocá-lo junto a outros porquinhos!


 


quinta-feira, 12 de abril de 2012

Riscos da Gestação para as Porquinhas-da-índia

A maior parte das lojas de animais tem a má prática de deixarem machos e fêmeas em idade fértil ficarem juntos no mesmo cercado, enquanto aguardam um cliente e dono amoroso comprá-los. Também na maioria das lojas não há pessoas que saibam efetuar a sexagem (identificação do sexo) dos porquinhos em exposição, e acabam vendendo ao cliente desavisado um casal prolífero ao invés de companheirinhos do mesmo sexo.   
Daí então, você os leva para casa e quando se dá conta, tem em suas mãos uma porquinha precocemente emprenhada!



 Imagem de autoria de Marina Oliveira de Souza
gentilmente cedida por Deborah Oliveira


  


Porquinhos-da-índia machos são férteis após 21 dias de vida, por isso, com essa idade são desmamados e separados das fêmeas... 
As fêmeas também são desmamadas aos 21 dias e férteis após quatro semanas de vida. O cio dura de 15 a 17 dias. O período completo de gestação leva de 59 a 72 dias dependendo do tamanho da fêmea e dos fetos, mas o período gestacional médio é de 63 a 68 dias. A cada gestação podem nascer de 1 a 7 bebês. É mais frequente nascerem 3. Poucas horas após o parto, as fêmeas podem entrar novamente no cio!
  



Será que sua porquinha está prenhe? Quais os riscos da gestação?

Pregnant Guinea PigPregnant Guinea Pig
imagem reproduzida de Guinea Lynx: Reproduction
 
A maioria das porquinhas-da-índia prenhes, com acompanhamento veterinário e gestação planejada levam a gravidez até o final e parem bebês saudáveis e normais. A probabilidade dela morrer por complicações na gestação e no pós-parto é de 20%. 




Por isso é imprescindível tomar todos os cuidados durante o período pré-natal. Se o porquinha-da-índia é muito jovem ou velha, os riscos aumentam acentuadamente. Em ambos os casos é recomendável ter em mão o nome e o telefone de um veterinário especialista em pequenos animais exóticos e silvestres, porque certamente você precisará dele!

Quais são os fatores importantes na gestação das porquinhas-da-índia?

1 - O fator mais importante no sucesso da criação é que as mães não sejam muito velhas nem muito novas no momento da primeira cria. Recomenda-se que não sejam emprenhadas antes dos cinco e após os sete meses de vida.

2 - Em segundo lugar, que a dieta das porquinhas durante e depois da gestação seja nutritivamente adequada ao momento. Gestantes tem necessidades nutritivas especiais e precisam ingerir maiores quantidades de água fresca, vitamina C e cálcio.

3 - O terceiro fator mais importante é que as porquinhas-da-índia não podem estar muito gordas.


4 - Os porquinhos-da-índia machos são quase todos bons reprodutores. Mesmo após orquiectomizados (castrados) eles mantem o instinto de montar nas fêmeas e em outros machos, pois deste modo eles buscam a liderança no grupo. Por isso, se sua fêmea está prenhe, separe-a do macho para evitar que ela fique estressada com as sucessivas investidas dele.

5 - Se sua fêmea for de pelagem longa, mantenha os pelos ao redor da vulva aparados e limpos.


6 - Porquinhos-da-índia, machos ou fêmeas, NUNCA devem ser mantidos  em cercados ou gaiolas pisando diretamente em arames, grades ou telas, ou em pisos com espaçamento. Pisar constantemente em superfícies assim  rapidamente provoca inflamações nos dedos dos porquinhos, machucando-os e possibilitam a contaminação dos ferimentos por bactérias causadoras da pododermatite.  Animais mantidos em superfícies como estas, deformam os pés e articulações, estendendo-se os danos à coluna vertebral. Imagine o que provocam nos pezinhos das pesadas porquinhas-da-índia gestantes!
 
porquinha-da-índia prenhe em granja no Peru, onde a criação é voltada para o consumo. Tipos de superfícies como a da imagem machucam os porquinhos.


7 - As porquinhas prenhes chegam a dobrar em peso. Evite manuseá-las principalmente no final da gestação. Elas ficam terrivelmente inchadas e muito desconfortáveis nesta fase. Procure aloja-las individualmente durante após os 40 dias de gestação, ou pelo menos num cercado com o menor número possível de companheiras.


Problemas comuns na gestação e no pós-parto

Toxemia da gravidez ou cetose:

A ocorrência de natimortos e abortos em porquinhas-da-índia são mais frequentemente associados com toxemia gravídica ou cetose. Cetose uma condição comum em seres humanos e em outros mamíferos. Ela ocorre quando o corpo queima uma grande quantidade de gordura em resposta a níveis inadequados de glicose no sangue ou de glicogênio acessível no fígado. Dois fatores são responsáveis ​​por essas condições em porquinhas-da-índia :  
  • alimentação inadequada e nutritivamente pobre durante a gravidez;
  • fêmeas muito obesas para começarem a procriar. 
Também as porquinhas com privação alimentar e nutricional no terceiro último período de gestação sofrem o risco.  São muitos fatores que podem levar os porquinhos a não obterem nutrientes necessários durante a gestação e logo após o nascimento : pouca disponibilidade de comida, alimentos inadequados e nutritivamente pobres incapazes de atender suas necessidades específicas, infecções das mamas (mastite), falha do útero para se limpar adequadamente após o parto (metrite) e desidratação. Algumas linhagens de porquinhos-da-índia são geneticamente mais propensos  para desenvolver a doença. Toxemia gravídica ou cetose é mais comum durante a primeira ou a segunda gravidez de uma porquinha.


Os sinais da doença aparecem de repente e progridem rapidamente. A porquinha pára de comer e beber e logo desidrata-se. As fezes podem se tornar amolecidas, mucóides ou cobertas por muco. Conforme a doença avança, a porquinha se tornará cada vez mais fraca, desenvolverá respiração difícil e muitas vezes morrem entre dois e cinco dias. Estas porquinhas ficam hipoglicêmicas, isto é, o açúcar no sangue (glucose) fica anormalmente baixo (inferior a 60mg/dl). A sua urina normalmente básica (alcalina) torna-se mais ácida (o pH da urina normal é 9). Devido à perturbação do metabolismo seu fígado produz ácido acetoacético em excesso, acetona e B-hidroxibutírico (cetónicos). Proteínas e cetonas são também derramados na urina. Tudo isto pode ser rapidamente detectado com exames de sangue e de urina.



 Não há nenhum tratamento consistentemente eficaz para esta doença de modo que a prevenção é a chave. Evitar a obesidade, a gravidez tardia e a precoce, bem como o estresse durante a gestação



Não reproduza porquinhos-da-índia em casa e sem assistência veterinária especializada. Não deixe sua porquinha procriar, principalmente se ela for demasiado jovem (antes dos cinco meses) ou idosa. Tenha certeza que seus porquinhos tomam doses adequadas de vitamina C. A necessidade de vitamina C (ácido ascórbico) aumenta durante a gestação e acredita-se que as deficiências limítrofes de ácido ascórbico contribuem para um nível elevado de abortos e natimortos entre porquinhos-da-índia.

Os sinais iniciais de escorbuto - doença provocada pela carência de vitamina C - em porquinhos são inicialmente vagos, confundindo-se com sinais de outras doenças. Os sinais incluem anorexia (falta de apetite), pelos arrepiados e opacos, apatia, fraqueza e hemorragias subcutâneas. Depois, podem ocorrer o alargamento articular e a dor nas articulações. Porquinhos com escorbuto, muitas vezes rangem os dentes e geralmente ficam com o corpo dolorido, ressentindo-se com a manipulação. Também deixam de caminhar e passam a se locomover aos pulinhos, semelhante aos sapos, por causa das dores.


Lembre-se que a vitamina C decompõe-se rapidamente, especialmente sob os efeitos da umidade, do calor e da luz. Portanto, não mantenha uma ração com vitamina C guardada por mais de dois meses. Dê às porquinhas alimentos ricos em vitamina C ou suplemento em gotas. Não é recomendável adicionar as doses de vitamina C na água do bebedouro. Recomenda-se dar diariamente,  por via oral, cinco gotas de vitamina C da gestação ao final da amamentação. 
 A falta de higiene também pode facilitar infecções bacterianas por Streptococcus, Pasteurella bordatella e aumentar a incidência de natimortos e abortos.
 

Distocia ou parto difícil:
Distocia ou parto difícil é relativamente comum em porquinhas-da-índia. Está associada com o fracasso da sínfise púbica, uma articulação no interior da pelve, em relaxar completamente durante o nascimento para permitir que os bebês passem pelo canal do parto. Isso ocorre mais nas fêmeas cujo primeiro parto aconteça após os sete meses de idade, ou  antes dos cinco meses de idade. Outras causas são obesidade ou um ou mais fetos muito grandes. Os sinais clínicos que os bebês não passam através do canal são inespecíficos. Eles incluem a depressão, dificuldade ou desinteresse por comer (anorexia), corrimento vaginal sangrento marrom-esverdeado e sinais de cetose.
  
Em uma situação de gestação planejada e monitorada, o veterinário colocará o dedo pelo canal do parto e determinará se ele está largo o suficiente para os bebês passarem. Ele pode aplicar uma injeção intramuscular com o medicamento chamado ocitocina, de 0,2 a 3 unidades por quilograma. Alguns criadores profissionais induzem o parto dando às porquinhas gestantes 2 unidades de ocitocina no sexagésimo sexto dia de gravidez. A droga faz efeito dentro de vinte minutos. O veterinário avaliará a necessidade de dose adicional, mas sempre estará pronto para realizar manobras ou cesarianas nestes casos. Este procedimento é bastante complicado em porquinhas-da-índia, por causa da reação a anestésicos.

Recomenda-se isolar a porquinha-da-índia em trabalho de parto de outras porquinhas prenhes,     para evitar que estas comam a placenta, que contem ocitocina, e venham a abortar os seus bebês.
 

Agalaxia ou fluxo de leite insuficiente:
Agalaxia  é a falta de leite, e também é comum. É o resultado de desnutrição, cetose , desidratação, mastite ou uma falta de ocitocina natural. Porquinhos órfãos ou aqueles cujas mães não têm leite precisam ser alimentados com mamadeira e papinha especial.  

Porquinhos que nascem com menos de 55 gramas raramente sobrevivem. Ninhadas de três ou quatro filhotes geralmente são bem sucedidas. Certifique-se de que os porquinhos menores consigam mamar porque os bebês maiores, mais vigorosos, disputam o acesso ao leite com eles. Verifique o leite com frequência . Qualquer evidência de que o leite é agregado e incolor ou que a glândula está arroxeada e dolorosa é sinal de infecção da glândula mamária (mastite). Em caso de mastite, os bebês precisam ser imediatamente separados da mãe para que ambos sobrevivam. Mastite provocada por estreptococos é relativamente comum em porquinhos-da-índia.

fontes: Dr. Ron Hines; Guinea Lynx


quinta-feira, 5 de abril de 2012

Bom Humor!

Imagem
No Peru, assim como em outros países andinos, o porquinho-da-índia é uma iguaria da culinária tradicional indígena.  Também é um animal utilizado em rituais religiosos.  O que podemos falar sobre isso? Nada. Cultura é cultura. Nós, carnívoros, obtemos os aminoácidos essenciais a partir da ingestão da carne de galinhas, bois, coelhos, codornas, cabritos... até cavalos. Qual a diferença entre nós e os "comedores de porquinhos"? Nenhuma, afinal o nosso querido bichinho de estimação teve sua origem na domesticação de uma espécie selvagem, para que as comunidades indígenas andinas pudessem ter sua fonte de alimento sempre a mão.  

Sem dramas,  existe um grupo de designers gráficos em Lima, no Peru, que faz a Cuy-Art,  ilustrações muito bem humoradas e "pouco fofinhas e angelicais" sobre os Cuyes na cultura peruana.  Se você pretende ir ao Peru pode procurar pelos produtos deles.  Se não vai, pode visitar o site do Cuy-Art .
Para saber onde ficam os pontos de venda: http://www.cuy-arts.com/?pag=puntos
Bon provecho!


terça-feira, 3 de abril de 2012

maus tratos contra porquinhos-da-india


imagem extraída de http://www.cutehomepets.com/10-interesting-guinea-pig-facts/



Temos acompanhado ultimamente uma onda de denúncias contra pessoas que praticam o hediondo crime de maus tratos a animais.  São cães, gatos, aves e também porquinhos-da-índia.  No que diz respeito aos porquinhos-da-índia, a maior parte dos crimes são praticados por caviários e pet shops.

Pessoas e estabelecimentos que deveriam zelar exemplarmente pelo bem estar dos porquinhos-da-índia ao invez disso praticam submetem esses animais a condições indignas de sobrevivência em troca de um punhado a mais de moedas... é a mercantilização da vida indefesa de seres vivos que até então não tinham voz na sociedade humana.

Alegar desconhecimento de como manejar porquinhos-da-índia é absurdo, pois muita informação está disponível na internet. De que um porquinho-da-índia exposto para venda num pet shop precisa? Essa é uma discussão realizada pelos fóruns especializados em Cavia porcellus em todo o mundo.

O básico: espaço suficiente para que possam circular e não amontoados numa gaiola; em cercados ou recintos sem grades sob as patas; com água fresca, feno-de-capim, ração apropriada (ver nosso artigo anterior sobre ração para porquinhos-da-índia) dispostas em vários pontos do cercado para evitar que uns mordam os outros para ter acesso a comida; que recebem suplemento de vitamina C diariamente; fêmeas separadas dos machos; indivíduos sadios ou que recebam tratamento contra sarna, micose e parasitas e ao sinal de coceiras intensas, lesões com alopecia, feridas.

Algumas pessoas compadecidas, ao verem animais em péssimo estado de guarda em pet shops, sendo exibidos em gaiolinhas minúsculas e amontoados, doentes, feridos, sendo consumidos aos poucos pela sarna e pela micose, recebendo alimentação inadequada ou em pouca quantidade, misturados machos e fêmeas de idades diferentes (o que pode ocasionar prenhez em femeas muito jovens) tem a reação de comprar o porquinho para liberta-lo daquela situação degradante.

Mas será que isso é o correto? Será que ao comprar esse animal você não estará alimentando a máquina perversa dos crápulas e escroques das fábricas de filhotes e dos gananciosos e ávidos comerciantes mais interessados pelo quanto o porquinho-da-índia deve lhe render? Eles querem seu dinheiro, e você lhes dá!

O que fazer então, para interromper esse ciclo mercantilista indigno e criminoso? Reproduzimos abaixo a dica da Associação Arca Brasil:

Pela Constituição de 1998, os animais são tutelados pelo Estado, ao qual cabe a funçao de protegê-los. Os atos de abuso e de maus-tratos configuram crime ambiental e devem ser comunicados à polícia, que registrará a ocorrência, instaurando inquérito. A autoridade policial está obrigada a proceder a investigação de fatos que, em tese, configuram crime ambiental.


Como denunciar:

Toda pessoa que testemunhe atentados contra animais pode e DEVE comparecer a delegacia mais próxima e lavrar um Termo Circunstanciado, espécie de Boletim de Ocorrência (BO), citando oartigo 32 da Lei Federal de Crimes Ambientais 9.605/98,"Praticar ato de abuso e maus-tratos à animais domésticos ou domesticados, silvestres, nativos ou exóticos ".

Caso haja recusa do delegado, cite o artigo 319 do Código Penal, que prevê crime de prevaricação: receber notícia de crime e recusar-se a cumpri-la.

Denúncias por telefone, podem ser feitas pelo "Disque Denúncia".
Se houver demora ou omissão, entre em contato com o Ministério Publico ESTADUAL - Procuradoria de Meio Ambiente e Minorias. Envie uma carta registrada descrevendo a situação do animal, o Distrito Policial e o nome do delegado que o atendeu. Você também pode enviar fax ou ir pessoalmente ao MP. Não é necessário advogado.
Ministério Publico Estadual em São Paulo - (11) 3119-9000
Para informações sobre MP de outros estados acesse:www.redegoverno.gov.br
Caso o agressor seja indiciado ele perderá a condição de réu primário, isto é, terá sua "ficha suja". O atestado de antecedentes criminais também é usado como documento para ingresso em cargo publico e empresas, que exigem saber do passado do interessado na vaga, poderão recusar o candidato à vaga, na evidência de um ato criminoso 

Portanto, denunciar maus tratos contra porquinhos-da-índia praticados pelos caviários e pelos petshops ou mesmo pelo dono irresponsável, DEVE ser denunciado à polícia. Em algumas situações podemos até conversar com o gerente da loja ou responsável pela criação alertando-os quanto às péssimas condições  de manejo dos porquinhos.  Se eles não demonstrarem interesse, temos o dever de denunciar.

Lembramos que  a micose que afeta o porquinho-da-índia é transmissivel ao homem e portanto, um pet shop que mantenha animais nessa condição, ou seja, doentes e sem tratamento, também cometem um crime contra a saúde pública! Prestem atenção nos pet shops instalados em Shopping Centers.  Denuncie à administração do shopping e à Vigilância Sanitária sobre a existência de animais com doenças potencialmente transmissíveis! A melhor maneira de protegermos os animais, é exercendo nossa cidadania! Denuncie maus tratos e o descaso. Não compre um porquinho-da-índia! Adote!


Apoiamos a causa pela criação das Delegacias Especializadas em Combate de Crimes Contra Animais em todo o território nacional!